Vício
Vício
Nesse instante o inexplicável e inconfundível sinto
Que abstrai a alma e cala minha voz
Meu canto machucado ressoa a nota mais fúnebre
Da orquestra fantasma,mais conhecida como solidão!
Doce vento frio que me envolve num olhar
Me leva a acreditar que outros tempos virão
Mas tristonho, um dia, meu coração tocou uma forte canção
Cálido amor que me transtornou
E hoje, apenas escuto a voz do silêncio
Que não desafina em nenhum segundo, Segundo algum!
Ah! Brando veneno que consome meu espírito
E obscurece meu destino, desejaria nesse momento não depender de ti!
Agora de nada adianta lamentar
Nem tão pouco por mim adiantará chorar
Que se fizesse do tempo algo precioso
Jamais desfrutaria de tal vício
Minha pele empalidece a cada minuto
Tenuamente meus lábios enrubrecem
A espera de um toque com ternura
E meu corpo é irrigado por um sangue frio
Que congela meu coração
Não sou capaz de mais nada a não ser me render
Me render à vida e deixar que ela faça de mim o que quiser
Mesmo que me traga um trágico destino
Porém não grego, não cause a morte
Pois já não suporto viver sem de nada saber
Não resistiria a morte que calaria
Eternamente a minha alma
E o vazio já não seria solidão.
Mas que deixe a morte de lado
Pois esta não virá tão cedo
Jovem ainda sou
Mesmo que sofra, meu tempo aqui não terminou!
O caso é que vivo em constante conflito
Possuo a mais terrível de todas as doenças
E mais incurável de todas
Que não há remédio algum
Que alivie essa dor
Meu problema é o amor
Que de mim se apoderou
Me levou aos céus e hoje me abandonou!Ana Carolina Alencar
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